Mochila preta nas costas, camisa regata, calça branca, meio surrada, sandálias gastas. Até a porta (abre-fecha automática) são alguns passos. O suor pinga, a conta gotas, enquanto dá os suspiros calorentos finais, antes de entrar no maravilhoso ar condicionado.
Falta pouco, bem pouco. Já sente inveja de quem chegou antes e desfruta das alegrias do frio fabricado. Um, o outro, depois o outro. A porta abre e fecha, oferecendo o luxo das frias cidades dos pólos. Chega sua vez e...
A porta fecha. Dá dois passos para trás e ela abre. Dois passos à frente e, meu Deus, ela fecha! Abre. Fecha. Abre. Fecha. A essas alturas, o conta gotas foi aberto e jorra uma cascata de suor irritado. Chama-se o segurança. "Isso é preconceito porque sou negro", diz.
Já suando, de nervosismo, chega o segurança que obriga a porta, com uma chavezinha, a abrir-se e evitar um processo jurídico. Ufa, abriu.
(Baseado em uma cena real)
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