Bento XVI foi convidado a fazer um pronunciamento na inauguração do ano acadêmico da Universidade La Sapienza, em Roma. Convite feito pelo reitor. Alguns professores e estudantes escreveram uma carta para o tal reitor protestando contra a ida do papa à Universidade.
O motivo: Quem deveria dar aula inaugural seria um professor da própria Universidade e não o papa; além do mais ele seria um homem reacionário, contrário à ciência, obscurantista. Além do mais, a Universidade é laica e, como tal, a vinda do Papa seria um desrespeito aos estudantes não católicos.
Vejam quanta incongruência. Os importantes docentes e dicentes dizem que o papa é reacionário e contrário à ciência. Mas, rejeitando o diálogo com o pontífice, eles provam de onde parte o real reacionário. Além disso, o que é a ciência senão as discussões à procura da verdade? Quando a ciência se fecha num ateísmo doentil, quem perde é a própria ciência, já que deixa de ouvir um lado da história.
O argumento de que é a Universidade é laica é um argumento que finda com os argumentos dos manifestantes. Desculpem-me tantos "argumentos". Se é laica, a Universidade deve, obrigatoriamente, ouvir a versão religiosa, inclusive a católica apostólica romana, mesmo que esse nome cause arrepio em alguns.
Tudo isso é mais uma prova da perseguição, velada de intelectualismo, pela qual a Igreja passa. Bom, para muitos, é vestir a camisa dos "sem fé" e "metralhar" a religiosidade numa mentirosa e estúpida história de "livre pensamento".
Mas isso é moda. É moda dizer-se contra a Igreja. É moda gritar contra a fé. Mas, caros cientistas, disso vocês sabem: a verdade não é moda. A verdade é e é.
Terminado o filme, a discussão. Apesar das tentativas, não abro mão de dizer: o filme é, às vezes, irresponsável. Filme: "Meu nome não é Johnny".
Que fique claro: não sou nenhum crítico de cinema, nem entendo muitas coisas da arte, mas basta ter um olhar crítico mínimo para perceber que, por trás de tantas qualidades (o filme é bom), existe uma leviandade, talvez, velada.
Não será surpresa se o filme for sucesso total, afinal, é uma mistura de violência e humor; negro, diga-se de passagem. Misturando cenas de pancadaria com música animada e no estilo funk, não é exagero dizer que aí está a clara demonstração de violência banalizada.
Antes que se diga que filme também é entretenimento, é bom lembrar que isso é verdade, mas não sinônimo de imprudência, colocando todo tipo de gente para assistir a um filme que torna herói um traficante. Quero saber se Fernandinho Beira-Mar, depois de sair da prisão, será chamado para participar de entrevistas no Altas Horas, De Frente com Gabi e coisas do gênero.
A resposta também está no filme. O protagonista sempre foi querido no meio artístico e financiador de grandes festas regadas a muita maconha e cocaína. Volto a dizer: o filme é bom, os atores foram bem escolhidos, mas parece que faltou bom senso no roteiro e direção.
Bem, onde a fome já é tratada como algo normal, fazer humor com presídios lotados, violentos e "glamourizar" traficante parece normal. Normal para uma sociedade doente, que ri do filme, esquecendo-se que, longe das salas climatizadas, da pipoca quentinha e do refrigerante gelado, aquilo é realidade.