Luz apagada

Só quero repassar uma informação: em fevereiro, Portugal aprovou a legalização do aborto. Em meados de julho, a lei começou a valer.
Com ela, mulheres e mulheres correram às clínicas para abortar. Matar uma criança. Tirar a vida de alguém. No total, entre 16 de julho e ontem, 526 mulheres abortaram em hospitais portugueses. Isso significa que, a cada dia, 15 mulheres "apagam" a vida de outro.
Levando em consideração que cada mulher tem, ao menos, 1 filho no ventre, todos os dias, em Portugal, 15 crianças são mortas. Ah, mortas "legalmente", ou seja, são assassinadas com o consentimento do Estado e dos pais. Com o meu e o seu consentimento, ou, pelo menos, com o meu e o seu silêncio.
Talvez porque não ouvimos o grito daquelas crianças. Talvez porque não enxergamos aquela luz "apagada". Talvez porque, a cada dia, 15% da nossa razão humana morre com aquelas 15 vidas.
Créditos para a amiga Jú Paes, dona desta pauta!

Ainda hoje, ainda agora


Cada lugar foi derretido, cada pessoa foi esmagada, fisica ou interiormente. No último dia 6 de agosto, muito se falou sobre os 62 anos da bomba atômica em Hiroshima.

Sempre, sempre Hiroshima deve voltar à tona. Porque nesse mundo de explosões diárias, Hiroshima surge como um eterno alerta para aquilo de que o homem é capaz de fazer.

É revoltante ver que, quando se fala em Auschwitz, todos se arrepiam e ficam enfurecidos, mas, quando surge Hiroshima, nossa visão é aquela que foi passada pelo Império americano de que era necessário. Basta lembrar, ainda, que, quando foi usada, a bomba se tornou uma espécie de coqueluche e virou um marco para a ciência e tecnologia. Todos ficaram abismados com a potência do artefato, impressionados com a "genialidade" dos "gênios" que juntaram átomos e pólvora para o empreendimento.

A "genialidade" custou a vida. Mas em períodos de guerras, vida é mesmo que nada. Torturante é ver que Hiroshima continua viva em cada um que estava lá naquele dia, dia que seria como outro qualquer, mas não foi o que quis a "águia" americana. Em seu vôo cortante, cortou e sangrou Hiroshima, maculou a humanidade.

Ainda hoje, ainda agora, corta e sangra. Ainda hoje, ainda agora, novas bombas, novos cortes, o mesmo sangue. O sangue de uma humanidade rasgada.

O humano e o besouro

Já viu tudo neste mundo? Eu garanto que não! A nova modalidade de esporte no Japão, certamente, é estranha para muitos. A categoria é luta entre besouros. Bom, cada um com seus gostos.
Para participar dos campeonatos, basta ter um besouro. Quer comprar? Fácil. Eles custam entre 100 ienes (cerca de R$ 1,5) até 1,2 milhões de ienes (quase R$ 20 mil). Você acredita que um besouro custe R$ 20 mil?
Num mundo onde muitos não têm R$ 1,00, as pessoas brincam com suas vontades, aparentemente ingênuas, e gastam R$ 20 mil num besouro de 8,5 cm de comprimento.
De fato, o tamanho da noção de humanidade está menor que 8,5 cm. O preço disso é mais caro que R$ 20 mil. Enquanto alguns riem do duelo entre besouros, lá fora, além dos muros milionários, duelam humanos que, parece, valem menos que um besouro.