Praia de Boa Viagem. Longos minutos depois de um calor escaldante nas areias e no mar, hora de voltar, pegar o carro e rumar para casa. Último dia do ano. Alarme desativado, porta do passageiro aberta, carro ligado, pertences colocados para dentro. Porta fechada, com uma certa insegurança, como se não devesse fazer aquilo.
Estava feito. O carro estava fechado com a chave dentro. Pior: as sandálias estavam no carro e os pés queimavam. O flanelinha queria cobrar cinco reais pelo aluguel de suas havaianas para o "sortudo" chamar o chaveiro ali, na pracinha de Boa Viagem. Foi lá. Chegando, o preço para a visita e o serviço: quarenta e cinco reais. Choros daqui e dali, preço acertado em trinta e cinco. Solidariedade de fim de ano.
O chaveiro tem uma moto e ela foi utilizada. Só de moto para andar pelas ruas na véspera do ano novo. Cada fino nos carros... Chegando, depois de duas tentativas, porta aberta. Na carteira, nem cheiro de dinheiro. Lá vai o motoqueiro-chaveiro seguindo o motorista do carro - medo de ser roubado. Paradinha num mercado, fila para o saque. Notas em mãos, volta, entrega ao chaveiro, aperto de mãos e desejos de prósperos.
Uma moto tinha sido estacionada tão colada na porta do carro que não era possível abrí-la. Mais uma vez, a manobra seria pela porta do passageiro. Mas, desta vez, com cuidado cirúrgico. Antes, um queimadura na coxa devido a um toque delicado no cano de escape de uma moto ao lado, mas capaz de deixar uma bolha milimetricamente desenhada.
Último dia do ano.
Estava feito. O carro estava fechado com a chave dentro. Pior: as sandálias estavam no carro e os pés queimavam. O flanelinha queria cobrar cinco reais pelo aluguel de suas havaianas para o "sortudo" chamar o chaveiro ali, na pracinha de Boa Viagem. Foi lá. Chegando, o preço para a visita e o serviço: quarenta e cinco reais. Choros daqui e dali, preço acertado em trinta e cinco. Solidariedade de fim de ano.
O chaveiro tem uma moto e ela foi utilizada. Só de moto para andar pelas ruas na véspera do ano novo. Cada fino nos carros... Chegando, depois de duas tentativas, porta aberta. Na carteira, nem cheiro de dinheiro. Lá vai o motoqueiro-chaveiro seguindo o motorista do carro - medo de ser roubado. Paradinha num mercado, fila para o saque. Notas em mãos, volta, entrega ao chaveiro, aperto de mãos e desejos de prósperos.
Uma moto tinha sido estacionada tão colada na porta do carro que não era possível abrí-la. Mais uma vez, a manobra seria pela porta do passageiro. Mas, desta vez, com cuidado cirúrgico. Antes, um queimadura na coxa devido a um toque delicado no cano de escape de uma moto ao lado, mas capaz de deixar uma bolha milimetricamente desenhada.
Último dia do ano.
Debaixo daquele guarda-chuva guarda-se uma mulher. Olhos escondidos pelos óculos escuros. Lábios escondidos pelo batom vermelho, mais vermelho do que o sol de fim de tarde. Os sapatinhos, não de cristal, brilham de uma lama pisada há poucos minutos. Caminha como se um indicador a empurrasse, com pequenas sacolas nas mãos.
Olha para trás, desce, com o seu indicador, os óculos até a ponta do nariz. Faz cara de espanto. Apressa os passos.
Olha para trás, desce, com o seu indicador, os óculos até a ponta do nariz. Faz cara de espanto. Apressa os passos.
O Natal já chegou desde outubro, praticamente. O Sentido dele ainda não.